MEU UP-GRADE COMO INTERMEDIATE ENGLISH SPEAKER, LISTENER, WRITER AND READER – BLANTYRE – MALAWI – ÁFRICA
Tendo exercido (e ainda exercendo na modalidade EaD – ensino a distância) a profissão de professor de ensino superior por mais de 22 anos, seja de disciplinas específicas no âmbito de diversos cursos de graduação, especialização e de tecnologia superior – sempre enfatizei e enfatizo para meus alunos que saber falar um idioma é um grande avanço – porém entender, ler e escrever já é uma coisa bem diferente. E lhes explico o porquê, tendo em consideração minha infância de aprendizagem do idioma inglês no pequeno país africano denominado Malawi, conforme as publicações anteriores a esta!
Existem diversos sotaques, diversos sons fonéticos, diversas entonações e, principalmente, diversas gírias de linguagem (em inglês – slang language) muito características e apropriadas do inglês falado, por exemplo: em países que foram colônias Britânicas, nos Estado Unidos, na Índia, na China e daí em diante. É sabido que os falantes nativos de idiomas que não seja o inglês, trazem ou levam consigo muitos sons fonéticos – que ao expressarem-se em inglês, o aplicam de forma considerada “natural”. Isto pode-se verificar em qualquer nacionalidade.
Portanto, vivendo no Malawi, nos idos anos de 1976 – junto de toda a minha família (pai, mãe, irmãs e irmão) – eis que após dominar basicamente o idioma para poder me expressar, chegou a época de começar a entender o que os meus coleguinhas falavam e também, o que os meus professores diziam. Era então que o “mosaico” de expressões, entonações e gírias começaram a povoar minha mente e a “judiar” da minha memória de então.
Isso porque – dou-lhes um exemplo típico: sentava-me em uma carteira dupla na sala de aula agora não mais com o Mohammed (colega do ano anterior, de 1975), mas sim com um garoto bem esperto de nacionalidade Britânica, o Josh Stevens, um loirinho bem sardento e bom de bola (futebol) e que logo se entrosou comigo devido ao “esporte rei”. Mudar de uma condição de inglês falado por um indiano no ano anterior – para um agora “clássico” Britânico – cheio de gírias e de palavras “comidas” – foi um esforço monumental – pois muitas vezes não só o Josh mas os outros colegas falavam comigo e como eu não entendiam – diziam de pronto: “Victor is a silly-billy” (O Victor é um abobado/bocó) em uma tradução livre!
Como ainda no começo do segundo ano de residência no Malawi frequentávamos o Clube dos Portugueses (Portuguese Club) – aí sim que a confusão aumentava – isto porque os adultos falavam o português com sotaque típico de Portugal (que apesar de estranho ainda me virava bem) – porém a molecada só falava em inglês com aquele sotaque carregado dos nossos coirmãos lusos. Meu Deus do céu!!!! Era uma mistura de “comeire” (comer) em português com “a little snack” (comer um pequeno lanche) – “andaire” (ir) “to the football pitches” (ir para os gramados de futebol) e assim por diante!
A situação não melhorava muito quando íamos com os amiguinhos e amiguinhas para as matinês de cinema aos sábados! Outro esforço monumental…. pois estes eventos eram quase que de companhia exclusiva dos amigos Britânicos. Assisti muitos filmes sem entender muita coisa, só deduzindo pelas imagens e o “enredo” em geral. Mas fui aprendendo paulatinamente.
Quando acompanhava meu pai, então treinador da seleção nacional do Malawi e ficava em contato com o grupo de jogadores então era uma festa – pois muitos deles inclusive só falavam algumas poucas palavras em inglês (os mais jovens geralmente), pois eram oriundos de cidades do interior – como por exemplo – Dedza, Mzuzu, Karonga e Nkota-Kota Bay. Lugares onde o inglês ainda não era naquela época amplamente difundido. Aí a conversação virava uma “salada” pois misturavam-se pronúncias, palavras em Chichewa (a língua oficial e nativa do povo que habita o Malawi – os Chewas) dentre outros jogadores com influência do Shangaan (idioma muito falado no país vizinho de Moçambique). Mesmo assim fui aprendendo.
Nos dias de hoje sempre faço questão de trabalhar e fazer evoluir em meus alunos dos cursos denominados “Taylor Made” e “ITEP – International Trade English Program” a necessidade premente de trabalharmos as quatro habilidades cognitivas, nomeadamente: listening (audição), reading (leitura), writing (escrita) e speaking (fala).
Nas próximas narrativas – trarei à tona as fantásticas experiências de seguir com o aprendizado do idioma inglês – desta feita na Somália, em 1980 – com grupos de americanos em sua ampla maioria (além da escola americana) e dos primeiros passos com a língua italiana – pois a Somália além de ter sido colônia Britânica, também foi colônia Italiana, desde os finais do século XIX.
Mas esta já é uma outra história!
Até a próxima meus amigos e minhas amigas